quinta-feira, 21 de junho de 2012

Brincadeira mortal



Os jovens procuram se divertir em atividades de alto risco, as quais o nível de adrenalina é elevado. São atividades que atingem condições extremas de altura, velocidade e outras possíveis variantes. A grande maioria das atividades possuem elevados riscos a vida humana, entretanto, a juventude parece desconsiderar essa possibilidade. Imprevistos e eventualidades ocorrem apenas com o próximo, não tem a mínima chance de acontecer a eles. Essas características imediatistas e inconsequentes da juventude são responsáveis pela enorme quantidade de acidentes e mortes.

De forma análoga, o cristão possui atividades em que o risco é alto, e que alguns extremos também são atingidos. Nós, os cristãos, atuamos como jovens, ou seja, agimos de maneira inconsequente e imediatista em busca de saciar nossa sede por “adrenalina”. Contudo, a possibilidade de morte nessa brincadeira é alta, o pecado produz morte em todos os praticantes.

Gostaria de ilustrar, utilizando uma história bastante conhecida por todos, Sansão.
A historia de Sansão é marcada por várias fases. No principio, um Anjo do Senhor concede a mulher de Manoá a graça de conceber um garoto, mesmo ela sendo estéril. Separado para o ministério desde a infância, o Senhor o abençoou. Os capítulos 13 até 16 de Juízes contam a infância e juventude desse grande homem, e sua leitura é recomendada. Nesses capítulos está evidenciada a natureza da grande força desse incrível homem. Seus cabelos não deveriam ser cortados, caso contrário ele perderia sua imensa força sobre-humana. Contudo vamos nos ater ao capítulo 16.

Chegando a idade que os homens buscam uma companheira, Sansão decidiu encontrar uma jovem de seu agrado. Entretanto, ele começou sua brincadeira mortal buscando uma companheira no território inimigo. Ele se apaixonou por Dalila, uma jovem filisteia [Os Filisteus dominavam sobre o povo de Israel]. Os líderes dos Filisteus persuadiram Dalila a descobrir o segredo da força de Sansão, em troca de riquezas. Esse é o ponto crucial da brincadeira mortal. Os versículos 6 até 16 mostram como Sansão flertou e brincou com o pecado, contando maneiras erradas de como seria possível lhe tirar a força. Ele tanto brincou, que em um dado momento contou o verdadeiro segredo, cortando seus cabelos ele perderia sua força. Sabendo dessa valiosa informação, os inimigos foram capazes de subjugar o homem mais forte do mundo.

A verdadeira natureza da força de Sansão estava no Espirito Santo, “Quando ia chegando a Leí, os filisteus foram ao encontro dele aos gritos. Mas o Espírito do Senhor apossou-se dele. As cordas em seus braços se tornaram como fibra de linho queimada, e os laços caíram das suas mãos” [Juízes 15:14]. Contudo, quanto mais ele flertava com o pecado, menos o Espirito Santo atuava nele, chegando ao ponto de, “Então ela chamou: "Sansão, os filisteus o estão atacando! “Ele acordou do sono e pensou: "Sairei como antes e me livrarei". Mas não sabia que o Senhor o tinha deixado” [Juízes 16:20].

Inconsequentes e imediatistas, muitos de nós temos agido de forma semelhante à de Sansão, ou seja, temos flertado com o pecado, chegando a situações extremas, em busca de saciar nossa “adrenalina”. Estamos perdendo a intimidade com o Espirito Santo, a nossa verdadeira força. À medida que brincamos com o pecado ficamos cada vez mais fracos, pois revelamos nosso segredo ao inimigo, e corremos sérios riscos de sermos subjugados, assim como Sansão.

Sansão, aquele que está na lista dos Heróis da Fé [Hebreus 11] não foi capaz de vencer essa brincadeira mortal, quanto mais nós, homens de pequena fé? Não devemos ser orgulhos nem soberbos, pois a Bíblia nos diz, “Assim, aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia!” [1 Coríntios 10:12].

terça-feira, 19 de junho de 2012

Ponto de retorno



Você já teve a oportunidade de observar o painel de uma aeronave? São inúmeros os aparatos eletrônicos, que servem para auxiliar o piloto e manter o avião em plenas condições de voo.  Dentre esses indicadores, um deles me chamou a atenção, o ponto de retorno seguro. Trata-se de um dispositivo acoplado ao tanque de combustível, que mostra a quantidade mínima de combustível necessária para voltar ao ponto de partida. Sendo assim, se o piloto ultrapassar essa marca, ele corre sérios riscos de não conseguir retornar a base de maneira segura.

O ponto de retorno seguro recebeu maior destaque durante a Segunda Guerra Mundial, quando os pilotos japoneses, Kamikazes, descarregavam todo arsenal bélico na batalha, e depois utilizavam as próprias aeronaves como artilharia, pois haviam ultrapassado a marca de segurança, não sendo mais possível retornar a base.

Muito antes de sua criação, o ponto de retorno foi descrito, “E Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus” [Lucas 9:62], e também, “Qualquer que procurar salvar a sua vida, perdê-la-á, e qualquer que a perder, salvá-la-á” [Lucas 17:33]. Essas duas passagens nos revelam que a caminhada cristã também possui certos pontos de segurança, ou seja, até determinado patamar estaremos seguros, e poderemos retornar tranquilos. Entretanto, se ultrapassarmos esse nível, não haverá certeza de segurança.

As pessoas geralmente preferem permanecer em suas áreas de conforto, onde há segurança e tranquilidade. Dificilmente o ser humano está disposto a correr algum risco, e, portanto qualquer alternativa mais ousada é chamada de loucura. É exatamente nesse ponto divergente que surgem os verdadeiros cristãos, pois eles estão dispostos a sacrificar tudo, até mesmo sua vida pela causa de Cristo. Poderíamos citar o nome de inúmeros homens e mulheres que se dedicaram totalmente a obra da fé, contudo vamos nos ater a vida de um deles, Paulo.

Paulo abriu mão de tudo para viver uma vida de acordo com a vontade de Deus. Disse ele, “E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo” [Filipenses 3:8]. Ele decidiu avançar, ir além da zona de conforto, ultrapassar o ponto de retorno seguro, tanto que ele diz, “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho [Filipenses 1:21].

Esse mecanismo fantástico é capaz de despertar em nós um questionamento: seríamos capazes de ultrapassar o ponto de retorno em nossas vidas, ou seja, estamos dispostos a arriscar tudo pela causa de Cristo?