Nos tempos atuais as
ideias capitalistas têm tomando proporções espantosas, atingindo todas as
camadas da sociedade, até mesmo as de menor poder aquisitivo. Não estou falando
do poder de compra ou do número de bens, mas a necessidade de possuir objetos e
a importância que é posta sobre eles. Os objetos estão tendo mais significado do que
as pessoas, fato é que as pessoas gastam muito tempo no computador, celular e
outros dispositivos. Entretanto, pouco tempo é dedicado à família, lazer, ação
social e outras relações sociais. Temos de ressaltar que existem exceções.
Podemos dizer que tal problema é exclusivamente atual, mas essa análise
seria um erro. Há dentro do homem uma necessidade de atribuir as coisas uma
importância exagerada, e em muitos casos, utilizar seus bens para se exaltar e
sobressair sobre os demais. Um
pensamento comum ao longo das eras é “quanto mais bens, objetos de valor, mais
eu feliz serei”. Esse pensamento terrível foi aderido por muitos seres humanos.
Contudo, o ser humano foi criado para viver em grupo, em sociedade, interagir
com os seus semelhantes. Uma sociedade, segundo o dicionário: “Conjunto de
pessoas de uma mesma esfera; Reunião de pessoas unidas pela origem ou por leis”.
Sendo assim, não precisamos estar cercados de coisas, mas sim de pessoas.
Para corroborar nosso
pensamento, vamos analisar um trecho de Marcos:
“Naqueles dias, outra vez reuniu-se uma grande
multidão. Visto que não tinham nada para comer, Jesus chamou os seus discípulos
e disse-lhes: Tenho compaixão desta multidão; já faz três dias que eles estão
comigo e nada têm para comer. Se eu os mandar para casa com fome, vão
desfalecer no caminho, porque alguns deles vieram de longe". Os seus
discípulos responderam: "Onde, neste lugar deserto, poderia alguém
conseguir pão suficiente para alimentá-los?” "Quantos pães vocês têm?”,
perguntou Jesus. "Sete", responderam eles. Ele ordenou à multidão que
se assentasse no chão. Depois de tomar os sete pães e dar graças, partiu-os e
os entregou aos seus discípulos, para que os servissem à multidão; e eles o
fizeram. Tinham também alguns peixes pequenos; ele deu graças igualmente por
eles e disse aos discípulos que os distribuíssem. O povo comeu até se fartar. E
ajuntaram sete cestos cheios de pedaços que sobraram. Cerca de quatro mil
homens estavam presentes” [Marcos 8:1-9a].
No deserto, onde há falta de
mantimentos, água e muitas coisas vitais, estava uma multidão, seguindo Jesus.
Essa multidão estava faminta, e precisava se alimentar o quanto antes para não
encontrarem a morte. Tal situação levou Jesus a compadecer-se do povo. Esse é
um ponto chave, pois Jesus é o Filho de Deus, que tem todo poder e autoridade.
Ele poderia simplesmente ordenar e os anjos trariam um banquete nunca visto na terra.
Contudo, essa não era a intenção do Mestre. Ele ensinou uma das maiores lições
aos seus discípulos e a nós, As pessoas são mais importantes que as coisas.
Naquele lugar deserto, existiam poucas coisas, podemos ressaltar poucos pães e
peixes, e outros utensílios, mas havia uma multidão. Cristo mostrou amor
àquelas pessoas, mostrando aos discípulos que devemos amar as pessoas. Ele
utilizou as coisas para ajudar as pessoas, mais uma vez Jesus nos mostra que
possuir coisas não é importante.
Outro aspecto de grande
importância foi o momento em que todos se assentaram para se alimentarem. A palavra comunhão significa, pessoas que se
reúnem para juntas partilharem de uma refeição. Sendo assim, outra vez o Mestre nos instrui a nos importar com o
próximo, separar um tempo de qualidade, para conhecer vivermos em comunhão com
as pessoas ao nosso redor.
Uma grande verdade universal não
foi lecionada em grandes universidades ou centros de pesquisa, mas em meio ao
deserto, onde há escassez de quase tudo. O povo seguia Jesus, pois o Mestre
estava ensinando. Nessa ocasião Ele ensinou uma das maiores lições, as pessoas
são mais importantes que as coisas.