segunda-feira, 18 de novembro de 2013

A jornada


No ano de 2001, “O Senhor dos Anéis”, famoso livro de J.R Tolkien, foi adaptado como produção cinematográfica e alcançou uma das maiores bilheterias da história do cinema.  A saga, que se estendeu por 3 filmes, foi finalizada no ano de 2003, quando “O Retorno do Rei” foi lançado.

A produção, considerada pela crítica como um dos melhores filmes de aventura, discorre sobre um jovem Hobbit que deixou sua pequena vila, o condado, para viver uma aventura que marcou a sua vida. Percorrendo diversas paisagens, grandes conflitos pessoais, amigos inesperados, vilões cruéis e alimentos exóticos, o foco da história está no anel e sua relação íntima com o portador. Criado por Sauron, o senhor da escuridão, o anel foi perdido e passou por vários personagens até chegar a Frodo Bolseiro, que o herdou de seu tio Bilbo. O anel, que deseja voltar ao seu mestre, utiliza uma influência lenta e gradual sobre o portador. Para evitar que o anel volte para Sauron, uma comitiva é criada para destruir esse poderoso artefato. Esse grande mal só pode ser destruído no local onde foi criado, na raiz da montanha, em Mordor.

A história é muito bonita e os filmes foram bem produzidos, recomendo ambos. Durante a leitura, em vários momentos, o leitor é “convidado” a sentir a adrenalina, medo, alívio e diversas sensações que são oferecidas ao longo da narrativa. O espectador faz parte do enredo.

Trazendo “O Senhor dos Anéis” para a nossa realidade, podemos nos apropriar de vários elementos da produção e pensarmos sobre nossa jornada cristã. De maneira semelhante, estamos em uma longa jornada cercados por várias paisagens conhecidas e outras completamente novas. Essa aventura não é solitária, temos vários amigos que nos ajudam a terminar o percurso. Além disso, temos o “anel do poder”, o pecado, que tenta nos influenciar e dominar.

Assim, também estamos em uma jornada a fim de destruir o mesmo anel (pecado) que tenta nos dominar, de forma lenta e gradual. Lutas e entraves, choro e batalhas, vitórias e algumas perdas nos cercam constantemente. A caminhada não é fácil. Durante o trajeto, alguns personagens seguiram por outros caminhos, outros tentaram dissuadir “Frodo” sobre as qualidades do anel (pecado), e alguns tentaram carregar o fardo para o personagem principal. Estas foram  as estratégias usadas pelo anel (pecado) e seu mestre, o senhor da escuridão.

O jovem Frodo Bolseiro trilhou muitos quilômetros até chegar ao coração de Mordor para completar seu objetivo de destruir o anel. “E, desde os dias de João o Batista até agora, se faz violência ao reino dos céus, e pela força se apoderam dele” [Mateus 11:12]. Durante sua caminhada Frodo não tomou atalhos, ele prosseguiu, lutando, para concluir sua missão. “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” [2 Timóteo 4:7].

Em nossa luta contra o pecado, também não podemos tomar atalhos, desvios, e outras “saídas”. Temos que seguir firmes, determinados a chegar à raiz do problema. É necessário combater os inimigos, a influência do “anel” (pecado) e sua tentativa de nos dominar. A batalha é árdua e deixará marcas que levaremos por toda a vida, “mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo”. [Mateus 24:13].


“Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” [Joao 16:33].

domingo, 10 de novembro de 2013

Caminhando e Correndo


Há alguns meses atrás realizei um feito incrível para minha pessoa, completei uma volta correndo a Lagoa da Pampulha, mais precisamente 18,2km. Pode parecer um fato pequeno, mas para mim foi algo sensacional, vencer os limites do corpo e da mente. Foram necessários 110 minutos para terminar o percurso, no entanto o início fora bem antes, alguns meses atrás, quando estava caminhando aproximadamente 1km. Muitos dias, treino, perseverança e a distância percorrida em cada noite aumentava. A mente e o corpo travavam uma luta constante, já que em alguns momentos o corpo gritava por descanso, a semana de treinos acumulou a fadiga, mas a mente ditava o ritmo. Em outras ocasiões, a mente estava cansada pelos problemas e afazeres, contudo, o corpo clamava por endorfina.  Assim eram marcados os treinos, repletos de altos e baixos, dias de grande motivação, e dias de desânimo mortal. A fim de completar o objetivo, não me restava escolha, treinos e mais treinos, perseverança, constância, e disciplina.

A minha história de correr 18km pode parecer algo trivial ou desinteressante para você, já que você não é o maior fã de atividades físicas. No entanto, ela pode te ensinar uma grande lição, ensinar um pouco mais sobre a caminhada cristã.

A caminha cristã é muito semelhante a minha histórial. Quero destacar a perseverança e a disciplina. Dificilmente você será capaz de orar por horas, ler muitos capítulos da bíblia e ter um nível de intimidade com Deus da noite para o dia. “Acordo pela manhã e agora serei um cristão exemplar, vou orar 2 horas por dia, lerei 15 capítulos da bíblia por dia, vou orar pelos enfermos e eles serão curados, vou cantar e os céus descerão...”. Essa história não existe, essa situação está mais para um conto de fadas. A caminhada cristã é marcada pela perseverança, “Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo” [Mateus 24:13]; “Pois o Reino de Deus não consiste de palavras, mas de poder” [1 Coríntios 4:20].

A constância é outra característica marcante. Ao longo de nossa existência teremos momentos felizes, tristes, animados, desanimados, eufóricos, calmos e outras fases semelhantes. Serão momentos de altos e baixos, mas cabe a nós manter a constância para não perdermos o ritmo. “Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo" [João 16:33]. Um momento de descanso ou uma semana sem treinos, e muito será perdido. Perderemos preparo físico, disposição, nossos objetivos serão repensados, etc. “Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil” [1 Coríntios 15:58].

          "Pois eu assim corro, não como indeciso; assim combato, não como batendo no ar. Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo ã submissão, para que, depois de pregar a outros, eu mesmo não venha a ficar reprovado" [1 Coríntios 9:26-27].

        Espero que minha experiência tenha lhe ajudado. Quero chegar ao final da minha caminhada e poder dizer: “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé” [2 Timóteo 4:7].