domingo, 8 de janeiro de 2012

O quebra-cabeças - Ana Kaizer

     Joana era uma menina tímida, de uma família simples e que tinha como passatempo montar quebra-cabeças com o seu pai. Eles montavam os mais variados jogos juntos, desde os quebra-cabeças mais complexos até os mais simples, porém os preferidos da menina eram os que formavam paisagens bonitas, tinham peças coloridas e eram fáceis de montar.

     A família de Joana passou por algumas dificuldades financeiras e o seu pai precisou viajar por longo período para um lugar muito distante. Para amenizar a saudade, Joana brincava com os jogos que tinha, mas não havia a mesma graça sem o seu pai. Um dia, para a sua surpresa, chegou pelo correio uma enorme caixa endereçada a ela. A caixa continha vários selos de países ao redor do mundo, prometia ser algo muito importante, mas o que mais chamou a atenção da menina foi o remetente, era o seu pai que tinha enviado. Joana logo abriu a caixa e se apaixonou pelo presente, era um lindo e enorme quebra-cabeça.

O novo jogo era diferente, as peças não eram coloridas, não havia um desenho pronto para guiar a montagem, e o mais frustrante para Joana, seu pai não estava por perto para guiá-la na posição correta das peças. Com o tempo ela foi se desanimando com jogo e perdendo o interesse em completar a figura. Joana ficou triste com o seu pai por mandar um jogo que não a interessaria.

     Tempos depois chegou uma carta do pai perguntando à filha como andava o jogo, ela respondeu que o achou muito difícil e a as peças eram feias. Outra carta chegou e o pai disse à filha que os momentos que eles passaram juntos serviram de ensinamentos e isso a capacitava para montar aquele jogo, e que, aliás, ele já havia montado aquele quebra-cabeça e garantia que era uma figura linda, promessa de pai.

     As palavras paternas serviram de incentivo, Joana mesmo não gostando das peças insistiu em terminar o jogo, em cada passo se sentia guiada. Enfim, Joana conseguiu completar a figura, e como o pai disse, era uma linda paisagem. Quando as cores, aparentemente sem graça, se encaixaram, formaram uma paisagem espetacular, era algo inesperado, cheio de graça e de brilho. O pai sabia do que a filha gostava, não daria alguma coisa que não lhe agradasse. Ele fez muito mais do que a filha poderia esperar.

     Algum tempo depois o pai voltou para casa, a situação da família melhorou, estava tudo mais calmo. A menina então perguntou ao pai porque a deixou sozinha com o jogo mais difícil, ele simplesmente respondeu: “- Eu já sabia que era uma linda paisagem e deixei os meus ensinamentos para te guiar nas peças mais difíceis e de cores aparentemente não tão bonitas”.

Um comentário:

  1. Fala Kaizer,

    Bakana demais o texto, Deus continue te abençoando, sempre que posso leio seus textos!

    Ah tenho um blog também, sempre post texto ou estudos lá, depois dá uma olhada lá pedrolramos.blogspot.com

    Deus abençoe!

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