terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Edificação


Para a construção de um prédio são necessários profissionais de várias áreas, pedreiros, mestres de obra, engenheiros e arquitetos. Cada indivíduo é responsável por determinada parcela, engenheiros cuidam da estrutura e da fundação, arquitetos se preocupam em projetar e aperfeiçoar o espaço habitado, mestres de obra são aqueles que organizam os projetos e os pedreiros executam os projetos. Todos são importantes para o desenvolvimento da edificação, sendo que nenhuma área detém maior importância que outra, todas são necessárias.

O livro de Neemias nos traz a reconstrução das muralhas da Cidade de Davi. Em apenas 52 dias, os muros da cidade foram reerguidos. Havia carência de materiais, ataques inimigos e os adversários estavam sempre à porta com o intuito de desanimar o povo e os líderes. O projeto obteve sucesso, pois Deus instruía Neemias e o povo se dispôs a completar a boa obra. “Então eu lhes disse: Vocês estão vendo a situação terrível em que estamos: Jerusalém está em ruínas, e suas portas foram destruídas pelo fogo. Venham, vamos reconstruir o muro de Jerusalém, para que não fiquemos mais nesta situação humilhante. Também lhes contei como Deus tinha sido bondoso comigo e o que o rei me tinha dito. Eles responderam: "Sim, vamos começar a reconstrução". E se encorajaram para esse bom projeto”. [Neemias 2:17-18].

O povo da cidade foi essencial para que a obra fosse concluída, já que cada habitante se responsabilizou pela reconstrução do muro que estava em frente a sua residência. O capitulo 3 do livro de Neemias relata o nome das famílias e a parcela que eles repararam. “Malquias, filho de Harim, e Hassube, filho de Paate-Moabe, repararam outro trecho e a torre dos Fornos” [Neemias 3:11].

Semelhantemente nós temos a função de edificar a porção que nos foi dada, ou seja, temos de nos esforçar para completar a obra que Deus nos chamou para realizar. O Senhor designou alguns para engenheiros, pregando a palavra e lançando os alicerces do evangelho. Outros ainda foram chamados para a arquitetura, onde serão responsáveis pelo aperfeiçoamento da edificação. Os mestres de obras serão aqueles que cuidarão da organização dos projetos.

A muralha de Jerusalém foi reconstruída em tempo recorde, isso se deu pela responsabilidade e comprometimento dos envolvidos.  Individualmente foram importantes para que o grupo obtivesse sucesso.

Cada um deve se esforçar para completar a boa obra que o Senhor lhe deu, para que juntos possamos edificar e glorificar o Reino Deus.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Vitória nas aflições


Quando passamos por alguma adversidade em nossas vidas, é comum ficarmos desanimados, tristes e desmotivados. Esses sentimentos são normais, pois as aflições dessa vida chegarão, Jesus mesmo disse “no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”[ João 16:33b]. Permanecer abatido por vários dias não mudará sua situação. O cenário pode ser o pior, e as previsões péssimas, porém o escritor da peça lhe disse que o fim será maravilhoso.

Podemos ilustrar essa situação biblicamente com a história de José.

Ele nasceu em uma família rica. Filho exemplar e muito estimado por seu pai. Um jovem cheio de planos com um futuro promissor. Entretanto seus irmãos decidiram atrapalhar seus sonhos e planos, eles o venderam para uma caravana mercantil que passava por perto. Foi apenas o inicio das aflições desse jovem. Depois de ser vendido ele foi para uma terra distante, onde sofreu perseguições, calúnias, difamações e o cárcere. José sofreu muito até suas aflições passarem. Muito tempo se passou até ele se tornar governador do Egito.

A história nos mostra que ele, José, venceu as dificuldades e formou uma família na terra do Egito. Ele teve dois filhos, “E chamou José ao primogênito Manassés, porque disse: Deus me fez esquecer de todo o meu trabalho, e de toda a casa de meu pai. E ao segundo chamou Efraim; porque disse: Deus me fez crescer na terra da minha aflição. [Gênesis 41:51-52].

Deus realizou muitas maravilhas através da vida de José, e ele foi responsável pela salvação de sua família. As provisões de alimentos que ele dispunha no Egito foram usadas para alimentar seus familiares. O faraó ainda permitiu que a família de José habitasse na melhor região de seu país, Gosén.

O tempo se passou e o pai de José estava terminando seus dias na terra. Sendo assim José levou seus filhos para que seu pai Jacó lhes desse a benção. Como de costume a mão direita era direcionada para o filho mais velho, ou seja, a melhor porção destinava-se ao filho mais velho. “Mas Israel estendeu a sua mão direita e a pôs sobre a cabeça de Efraim, que era o menor, e a sua esquerda sobre a cabeça de Manassés, dirigindo as suas mãos propositadamente, não obstante Manassés ser o primogênito” [Gênesis 48:14].

 Muitas lições podem ser extraídas da história sensacional de José. Contudo vamos analisar a questão traumática de sua vida, a estrutura familiar. José teve de conviver com a traição de seus entes queridos. Certamente a mente e o coração de José estavam inseguros quanto a sua própria família.

A palavra de Deus nos mostra que Jacó destinou a melhor porção da benção para Efraim, cujo nome significa Deus me fez crescer na terra da minha aflição. A aflição de José estava na área familiar, em superar seus traumas, e construir sua própria família. Além de perdoar seus irmãos pela atitude invejosa e cruel.

A história nos revela que Deus esteve com José durante todos os dias de sua vida, e sua aflição foi plenamente superada, pois ele foi usado para salva-los da fome e ainda conceder a melhor região do Egito. Seu pai e irmãos foram servidos das melhores iguarias do reino. A própria família de José foi isenta de traumas, perseguições, difamações, calúnias, pelo contrário, eles eram estimados por todos, José era o segundo na hierarquia do Egito.

A área de maior aflição de sua vida será aonde Deus te usará para restaurar a vida de outras pessoas!

domingo, 26 de fevereiro de 2012

O Deserto II



Após 430 anos de escravidão no deserto o povo judeu foi liberto, e para chegar à terra prometida, Canaã, havia de passar pelo deserto. Essa passagem é muito conhecida e muito usada em sermões.  Muitos citam que para chegar à promessa de Deus, precisamos passar pela luta. Há também aqueles que frisam a provisão de Deus no tempo da dificuldade. Certamente essas observações são excelentes e são de grande edificação. Porém vamos analisá-la de outra perspectiva, a intimidade adquirida no tempo da provação.

Durante 40 anos o povo peregrinou no deserto. Nesse período de tempo foi grande a intimidade entre o povo e o seu Deus. Foi no deserto que o povo viu o mar se abrindo perante os seus olhos e também se fechando sobre o faraó, libertando assim do inimigo poderoso. Foi no deserto que o povo pode descansar sob a nuvem e se aquecer e obter a direção da coluna de fogo que ia adiante deles. Foi no deserto que eles conheceram o maná, e tomaram da agua da rocha.

Muitas foram às dificuldades dos judeus no clima árido (umidade relativa do ar em menos de 20% e a vegetação é rara). E foi nesse momento de intensa necessidade que eles viram a atuação divina. Eles estavam face a face com a nuvem (representação de Deus no Antigo Testamento), tinham contato intimo com o glorioso Deus!

Então podemos dizer que na dificuldade Deus vai se manifestar e nos tirar do deserto? Não! Ele vai atravessá-lo conosco. Vai mostrar que seu poder está acima de tudo e de todos. Ele vai nos conduzir até a terra que nos prometeu, e durante esse percurso Ele vai nos mostrar como se importa conosco, como seu amor é real e verdadeiro. Vai nos guiar com a sua Luz, nos proteger do frio com o seu Fogo, nos alimentar com sua Presença.

Se a luta é grande, pense que a intimidade a ser adquirida é muito maior! O importante não é o tamanho do deserto a ser atravessado, importa que Deus, que criou os céus e a terra, estará nos guiando.

“Nunca tirou de diante do povo a coluna de nuvem, de dia, nem a coluna de fogo, de noite” Êxodo 13:22

“Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Deu-lhes a comer o pão do céu.” Joao 6:31

“E não tinham sede, quando os levava pelos desertos; fez-lhes correr água da rocha; fendeu a rocha, e as águas correram” Isaias 48:21

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O Deserto



 O deserto não é um ambiente muito visitado por suas condições extremas e aparência pouco amigável. Passamos rapidamente por esse ecossistema, julgando que nada pode ser aprendido. Muitas vezes o associamos a solidão e a morte. Um local onde a vida é quase impossível.

Essa aparência “desagradável” e solitária é própria da paisagem e dos animais que habitam nesses locais. Espécies endêmicas, ou seja, encontradas apenas em determinado ambiente, são encontradas nos desertos. São serpentes, lagartos, escaravelhos, vegetais e outros. Encontramos também homens de espécie rara, os homens de Deus.

Muitos homens que Deus usou poderosamente foram primeiramente encontrados nos desertos, como: João Batista, Moisés, Davi e Elias. Todos esses indivíduos passaram algum tempo de sua existência no mesmo local, o deserto. Qual será o significado desse local para a vida de cada um deles?

Cada um desses homens viveu e passou pelos desertos em tempos distintos, mas o sentido foi mesmo para todos. Eles estavam sozinhos, havia pouca disponibilidade hídrica, escassez alimentícia e o clima era devastador. Sendo assim, eles passaram dificuldades em todas as áreas que o ser humano possui. Então o deserto pode ser entendido como um castigo para todos eles? Certamente que não.

Deus levou cada um desses homens para o deserto para tratá-los individualmente. Foi necessário estar em um ambiente onde as interferências externas fossem nulas. As pessoas que costumam nos desanimar ou então aquelas que recorremos quando estamos abatidos, não estavam presentes. Os alimentos sublimes que nos levam a gula, também não existiam. Todas as influências foram excluídas, para que Deus fosse o único foco desses homens.

“O deserto é a escola superior do Espírito Santo, onde Deus treina seus líderes mais importantes” [1]. Esses homens foram levados para um local longe de todas as interferências para que Deus trabalhasse com total liberdade na vida deles. Certamente foi um tempo difícil, pois eles estavam longe dos amigos, banquetes, família, etc. O tempo que cada um ficou na escola do Espirito Santo foi variado, já que cada um foi usado de forma diferente.

 Após esse período de aprendizado, cada um deles retornou para sua antiga cidade ou foi direcionado para outro local. A antiga cidade recebeu um novo homem. Uma pessoa que passa pelo deserto, de maneira nenhuma retorna igual. Aquele que estuda na escola do Espírito Santo é capacitado para realizar grandes coisas.

“Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam” [Salmos 23:4].

Elias foi usado por Deus para trazer a mensagem de Deus ao povo. Por meio dele o Senhor fechou os céus e fez descer fogo! Moisés Deus usou para tirar seu povo do Egito, e levá-los à terra prometida. Davi foi o homem que consolidou o território israelita e considerado como um homem segundo o coração de Deus. João Batista preparou o caminho para o Messias, aquele que trouxe salvação para a humanidade.

Se você está passando por um momento difícil em sua vida, um deserto fique contente, pois Deus o está treinando para realizar grandes coisas!




[1] Paulo, o maior líder do cristianismo – Hernandes Dias Lopes.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Legado



A vida é passageira, como o salmista diz: “Os anos de nossa vida chegam a setenta, ou a oitenta para os que têm mais vigor; entretanto, são anos difíceis e cheios de sofrimento, pois a vida passa depressa, e nós voamos!” [Salmos 90:10]. Nossa estadia nessa terra é curta, num instante estamos saudáveis e alegres, em outro estamos voltando ao pó da terra. Contudo, podemos fazer muito nesse curto período. Poderia utilizar inúmeras passagens bíblicas, citando pessoas como: Estevão, Pedro, Josué, Davi, Paulo, João, Samuel e ainda nosso Senhor Jesus Cristo. Pessoas que marcaram sua geração, e transmitiram ensinamentos e práticas a outros, ou seja, deixaram um legado. No entanto, vamos conhecer o legado de outra pessoa...

Nossa história se inicia no interior de Minas Gerais, mais precisamente em Mar de Espanha. Essa pacata cidade da zona rural de Juiz de Fora, foi à residência de uma pessoa que marcou a vida de muitos. Josefina Bortolotto Kaiser, casada com Agenor Kaiser, mãe de 10 filhos, muitos netos e alguns bisnetos. Durante sua vida, ela marcou a vida de todas as pessoas que com ela se relacionaram. Sua alegria contagiante, simplicidade e força eram traços marcantes. Entretanto é impossível falar de Dona Nininha sem lembrar-se da vida de oração que ela levou. Após os cultos familiares, que eram realizados em sua residência, ela ainda se ajoelhava em seu quarto e orava por todos os filhos, netos e bisnetos. Essa história durou 95 anos.

Infelizmente, por uma fatalidade Josefina Kaiser partiu para a glória. Toda a família se reuniu na cidade de Mar de Espanha para realização do sepultamento. Após a cerimônia, uma roda se formou, todos os familiares se encontravam contanto histórias sobre como foram impactados pela vida de Josefina Kaiser. Os filhos contavam como sua mãe cuidou de cada um de maneira singular, os sustentavam em oração, e ainda “puxava a orelha” de cada um por não visitar os irmãos de sua cidade. Os netos se lembraram dos momentos em que conversavam com sua avó, e como foram ensinados por seus pais a servir ao Senhor, fruto dos ensinamentos de dona Nininha.

Ao final, percebemos que não fosse à vida de Josefina Bortolotto Kaiser, nenhum dos presentes estaria naquele local. Ela nos uniu, sustentou em oração, ensinou a lutar e a vencer na vida, importância da família, buscar a Deus de forma simples e sincera.

Gostaria de ressaltar um acontecimento. Momentos antes de partir, ela participou do culto na igreja batista. Comeu o pão e tomou o cálice, participando da ceia do Senhor. Por fim, o pastor questionou os presentes sobre quem estava certo de sua salvação. Josefina Kaiser foi a primeira a levantar a mão, e com um sorriso no rosto afirmou estar certa de sua salvação!

Ela deixou-nos um modelo de vida a ser seguido, ou seja, ela nos deixou um Legado.

Obrigado por tudo, querida vovó.

“Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé”. [2 Timóteo 4:7]