terça-feira, 31 de julho de 2012

Um homem tinha dois filhos...



Dessa forma se inicia uma das mais lindas parábolas contadas por Jesus Cristo. Situada no capítulo 15, versículo 11 do livro de Lucas, essa parábola nos conta a historia de um homem muito rico, e seus dois filhos. O filho mais jovem decidiu explorar o mundo, obter suas próprias experiências, aproveitar tudo que o dinheiro poderia lhe proporcionar. O filho mais velho adota uma postura diferente, decide permanecer junto ao pai, realizando todas as tarefas que lhe são propostas com extremo zelo. Contudo, precisamos analisar essa parábola melhor. Cada um dos envolvidos possui aspectos singulares, e merecem destaque.

Jesus pretende ilustrar o modo de vida de duas parcelas da sociedade da época, os pecadores, representados pelo filho mais novo, e os fariseus, representados pelo filho mais velho. Deus é representado na figura do pai de ambos.

O filho mais novo decide partir para longe, e “aproveitar a vida”, e para tal feito ele precisa de recursos financeiros. “O mais novo disse ao seu pai: ‘Pai, quero a minha parte da herança’. Assim, ele repartiu sua propriedade entre eles” [Lucas 15:12]. A herança somente era repartida quando o patriarca falecia. Dessa forma o jovem “matou” seu pai perante a sociedade, para viver uma vida inconsequente de prazeres.

Algum tempo depois, o dinheiro findou-se, e o filho mais novo terminou na miséria completa, “Depois de ter gasto tudo, houve uma grande fome em toda aquela região, e ele começou a passar necessidade. Por isso foi empregar-se com um dos cidadãos daquela região, que o mandou para o seu campo a fim de cuidar de porcos”. [Lucas 15:14-15]. Cansado dessa situação deplorável, ele decide voltar à casa de seu pai, implorar por perdão e se tornar seu servo. Chegando perto de sua residência, seu pai observa o jovem e corre em sua direção, “a seguir, levantou-se e foi para seu pai. "Estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão, correu para seu filho, e o abraçou e beijou” [Lucas 15:20]. Temos de ressaltar que homens de grande importância na sociedade não corriam, desnudando suas pernas, contudo o pai estava extremamente feliz em ter seu filho de novo em seus braços.

Uma festa foi realizada para comemorar o retorno do filho mais novo. Depois de algum tempo, o filho mais velho chega do campo e decide se informar sobre os acontecimentos. Ao saber que a festa era para o irmão mais novo, ele se enfurece e decide não participar das festividades. Quando o pai toma conhecimento dessa situação, se dirige ao filho mais velho e chama-o para entrar, “Mas ele respondeu ao seu pai: ‘Olha! todos esses anos tenho trabalhado como um escravo ao teu serviço e nunca desobedeci às tuas ordens. Mas tu nunca me deste nem um cabrito para eu festejar com os meus amigos. Mas quando volta para casa esse seu filho, que esbanjou os teus bens com as prostitutas, matas o novilho gordo para ele!” [Lucas 15:29-30]. Claramente ele se revolta contra a atitude de seu pai, pois ele se julga merecedor de honras e créditos por sua conduta irrepreensível.

Essa historia é conhecida como “O Filho Pródigo”, contudo Jesus não lhe deu esse titulo. A palavra pródigo significa: Inconsequente; Aquele que tudo deu. Sendo assim, podemos dizer que o verdadeiro pródigo é o pai! Pois ele amou inconsequentemente seus filhos e deu tudo para que eles festejarem com ele.

No contexto atual, percebemos que os filhos mais novos conseguem perceber claramente a graça de Deus, já os filhos mais velhos entendem melhor a santidade. Contudo Deus nos chama para uma nova realidade, um novo filho. Aquele que entende perfeitamente a graça do pai e busca incansavelmente a santidade. Não se entrega aos prazeres mundanos, e não se contamina com o moralismo.

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