Existe um ditado que diz:
“Não existe lugar melhor que a nossa casa”, ou então a celebre frase “Lar, doce
lar”. Essas expressões se referem aquele lugar onde encontramos nossos
familiares, alimentos, proteção, livros, computador, e muito mais. Em geral,
gostamos muito dos nossos lares, mas existem pessoas que não se sentem bem em
seus lares, por motivos diversos. De maneira semelhante, a igreja de Cristo
também é nosso lar, já que encontramos nossos muitos irmãos, encontramos a
provisão da palavra expositiva e proteção contra o nosso inimigo. Infelizmente,
a igreja também possui pessoas que não se sentem bem casa. Não estou querendo
trazer discórdia ou polêmica, apenas quero tratar de assuntos que observo e
infelizmente participo.
A principal função da
igreja é cuidar das pessoas, sejam os membros, os visitantes ou os desconhecidos.
Nosso papel como corpo é integrar a todos, ou seja, atuar em conjunto,
agregando. “E consideremo-nos uns aos outros
para incentivar-nos ao amor e às boas obras. Não deixemos de reunir-nos como
igreja, segundo o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda
mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia” [Hebreus 10:24-25]. Entretanto o nosso legalismo tem sido
mais forte. Nossos preconceitos têm atuado de forma inversa. Ao invés de
receber as pessoas com alegria, trazendo paz, agindo como um corpo, nós temos
julgado as roupas, tatuagens, piercings, cabelo, e várias outras
superficialidades. As pessoas que não estão dentro dos padrões “aceitáveis” são
brutalmente isoladas. É claro que existem exceções, ainda existem pessoas que
buscam integrar toda e qualquer pessoa. Exatamente esse é nosso maior erro como
igreja, pois fazer o certo virou exceção! É principio básico amar o próximo,
como Jesus diz: “E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a
ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes” [Marcos 12:31].
Outro ponto de grande
relevância é o nosso relacionamento estritamente profissional para com os
nossos lideres, liderados ou amigos. É triste ver que o nosso primeiro amor
está se apagando. Quantos relacionamentos se tornaram profissionais, ou seja,
não existe mais aquela amizade verdadeira e sincera, apenas nos encontramos
para resolver tarefas ministeriais, programações, ou como ajudar as outras pessoas,
irônico não?! Será que temos realmente nos preocupado com nossos amigos?
Sabemos como eles estão? Sabemos o que os tem afligido?
Recentemente assisti a um
filme que mexeu com minha pessoa, Patch Adams – O amor é contagioso. Um homem
que havia tentado suicídio se interna em um hospício, de livre vontade. Nesse
lugar ele se relaciona com várias pessoas, e resolve se tornar médico, para
ajudar as pessoas. Ao decorrer do filme, ele descobre que pequenos gestos de
bondade, carinho e amor podem transformar outras vidas. Ele se veste de palhaço
e promove risadas entre as crianças com câncer, persevera com pacientes
rancorosos e abatidos pela doença, melhora o relacionamento entre médicos e
enfermeiros, e muito mais. O contágio não fica restrito apenas ao hospital, mas
afeta seus amigos de sala. Aqueles que anteriormente desejavam apenas estudar e
serem reconhecidos por seus méritos, agora demonstram profundo amor para com as
pessoas, e um ardente desejo de se relacionar com os pacientes.
A decisão de mudar tem de
partir de cada um de nós. Uma pequena atitude pode transformar o dia, a semana,
ou a vida de outra pessoa. Em conjunto podemos, e devemos fazer da nossa casa e
nossa igreja um lar, doce lar.
“Alegrei-me quando me
disseram: Vamos á casa do SENHOR” [Salmos 122:1].