Os tempos contemporâneos
têm revelado terríveis doenças sociais, como a falta de sensibilidade, descaso,
egoísmo e outras. Em cada momento essas características ficam evidentes. No trânsito,
por exemplo, as pessoas “dão um jeitinho” e não esperam a fila para realizar a
conversão, outros tentam levar a melhor nas negociações e ostentam suas posses
para menosprezar os outros. Resumindo: é importante estar bem consigo, o resto
é apenas resto.
Infelizmente essa
tendência da sociedade tem invadido as nossas igrejas, mas de outra maneira,
falta amor ao próximo. Não temos tantos casos de “folga” no trânsito, até
porque o adesivo da igreja no carro não nos deixa. Ainda não são frequentes as
ocorrências de pessoas que são abastadas financeiramente, e por isso zombam ou menosprezam
as outras, mas a falta de amor está presente na maioria das relações. Estamos
ocupados demais para ir ao nosso próximo, atarefados para ligar para um amigo
que não falamos há muito tempo e temos pendencias que nos impedem de saber como
está nosso vizinho.
As relações de amizade
estão mais frágeis e menos profundas. Os amigos são aqueles que estão mais perto
e não precisamos dispender muito esforço para manter essa amizade. É muito
“trabalhoso” sair da zona de conforto e ir até aquela pessoa que há pouco
caminhava ao nosso lado. Separar um
momento do nosso dia para saber se nosso antigo amigo está bem, se a casa que
tanto frequentamos está em ordem deixou de ser uma prioridade. Difícil mesmo é tratar
as pessoas como pessoas. Infelizmente, é mais fácil enxergar o próximo como um
objeto que em certo momento possui utilidade, mas depois pode ser descartado.
A perspectiva de mudança
desse cenário não é muito favorável, já que as pessoas estão se acostumando com
essas relações superficiais e materiais. Os indivíduos prezam por “ter” muitos
amigos, ao invés de “ser” amigo de muitos.
É preciso relembrar o que
Jesus nos ensinou sobre o amor ao próximo. “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de
todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de
todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a
este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do
que estes” [Marcos 12:30-31].
Temos que amar as pessoas
como a nós mesmos, ou seja, dispender esforços para cuidar dos sentimentos de
outros, zelar por seus familiares, sentir sua dor, sorrir e vibrar com as
vitórias. Enfim, temos que fazer parte da vida do nosso próximo.
O maior ensinamento que
Jesus nos deu foi a sua própria vida de entrega. Ele amou tanto a humanidade
que deu sua vida por aqueles que nada mereciam. Suportou os arrogantes, chatos,
mesquinhos, pobres, ricos e os legais. Jesus nos mostrou que as pessoas são
importantes e que devemos amá-las como ele mesmo as amou. “Porque Deus amou o
mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que
nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” [João 3:16].