sexta-feira, 30 de maio de 2014

Quem são seus aliados?


Primeiramente gostaria de conceituar a palavra Aliança[1]: “Ato ou efeito de aliar ou de se aliar; Laço que prende duas ou mais entidades que se prometem mútua amizade e auxílio; Acordo ou pacto entre países, governos, grupos ou indivíduos com fim comum; Laço existente entre duas famílias, mediante casamento; Anel, geralmente liso, que simboliza o casamento ou um comprometimento (ex.: alianças de ouro)”. Existem várias definições para a palavra aliança, e cada uma delas se aplica a determinado contexto, no entanto, todas as definições convergem para o seguinte ponto: A aliança ocorre entre duas partes. Podemos nos aliar a outras entidades por partilhar os mesmo objetivos, para obter certa vantagem, para proteção, para preservação, etc. São várias as formas de aliança e suas razões.
Sendo a Aliança um proposito entre duas partes, é imprescindível que se conheça bem o outro lado envolvido. Caso contrário, podem-se estabelecer laços e responsabilidades extremamente complicados e danosos. A palavra de Deus nos concede grande ilustração desse fato.

Após atravessar o rio Jordão, os israelitas iniciaram a conquista da terra prometida por Deus. Vários povos foram derrotados com o auxilio direto do Senhor. Ele conduzia seu exercito na guerra em cada passo, estrategicamente, por intermédio de Josué. Alguns povos se uniram para combater Israel, mas não obtiveram sucesso. Contudo, o povo de Gibeom não foi destruído. “E os moradores de Gibeom, ouvindo o que Josué fizera com Jericó e com Ai, Usaram de astúcia, e foram e se fingiram embaixadores, e levando sacos velhos sobre os seus jumentos, e odres de vinho, velhos, e rotos, e remendados; E nos seus pés sapatos velhos e remendados, e roupas velhas sobre si; e todo o pão que traziam para o caminho era seco e bolorento. E vieram a Josué, ao arraial, a Gilgal, e disseram a ele e aos homens de Israel: Viemos de uma terra distante; fazei, pois, agora, acordo conosco” [Josué 9:3-6]. Esse acordo foi firmado rapidamente, sem que o Senhor fosse consultado por seu povo. “Então os homens de Israel tomaram da provisão deles e não pediram conselho ao Senhor. E Josué fez paz com eles, e fez um acordo com eles, que lhes daria a vida; e os príncipes da congregação lhes prestaram juramento. E sucedeu que, ao fim de três dias, depois de fazerem acordo com eles, ouviram que eram seus vizinhos, e que moravam no meio deles” [Josué 9:14-16].

A aliança estabelecida entre os israelitas e gibeonitas trouxe prejuízo para ambas às partes, pois o povo de Israel estava preso a seu juramento, sendo impossibilitado de possuir aquela porção de terra. E o povo de Gibeom se tornou escravo de Israel, “E Josué os chamou, e falou-lhes dizendo: Por que nos enganastes dizendo: Mui longe de vós habitamos, morando vós no meio de nós? Agora, pois, sereis malditos; e dentre vós não deixará de haver servos, nem rachadores de lenha, nem tiradores de água, para a casa do meu Deus” [Josué 9:22-23].

Antes de nos aliarmos a qualquer entidade, devemos conhecer a outra parte, e buscar a vontade de Deus. Poderemos evitar grandes problemas dessa forma, seja uma sociedade empresarial falida, um casamento frustrado, amizades catastróficas, graduações desmotivadas, etc.

“Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor” [Efésios 5:17].



[1] Dicionário Priberam da Língua Portuguesa

quinta-feira, 22 de maio de 2014

A Palavra da Vida

Você já reparou quando um jogador está desmotivado e afeta o rendimento de todo time? E quando um professor desanimado leciona aquela aula bem mais ou menos? Esses são exemplos que ilustram claramente como algumas pessoas tem a capacidade de influenciar o comportamento de determinado grupo. Da mesma forma, quando temos um excelente líder, a motivação e determinação do grupo são elevadas.

Uma palavra pode fazer a diferença no dia, na semana ou até mesmo na vida de outra pessoa. Certamente você se recordou de algum momento semelhante que ocorreu em sua vida, e quais foram os frutos dessas palavras daquele momento em diante.

As palavras podem trazer vida ou morte. Existe uma ótima passagem bíblica para ilustrar essa afirmativa. Assim que Israel saiu do Egito, peregrinou algum tempo no deserto, até chegar à fronteira da terra prometida, Canaã. Antes de entrar no território prometido por Deus, eles enviaram alguns homens para observar a terra e lhes prestar um relato: “E contaram-lhe, e disseram: Fomos à terra a que nos enviaste; e verdadeiramente mana leite e mel, e este é o seu fruto. O povo, porém, que habita nessa terra é poderoso, e as cidades fortificadas e mui grandes; e também ali vimos os filhos de Anaque. Os amalequitas habitam na terra do sul; e os heteus, e os jebuseus, e os amorreus habitam na montanha; e os cananeus habitam junto do mar, e pela margem do Jordão” [Números 13:27-29]. Diante dessas informações, os israelitas desfaleceram, e perderam totalmente sua fé nas promessas divinas. Alguns poucos homens foram capazes de desanimar quase todo povo israelita. O percurso anterior fora esquecido. Eles não se lembravam da coluna de fogo que os guiava no deserto, fornecendo calor e luz. Não se lembravam da nuvem revelava o caminho, e os protegia do calor escaldante. O mar que se abriu, as codornizes, o maná, as águas amargas que se tornaram doces, e muitos outros milagres foram cabalmente esquecidos, diante de algumas palavras.

As palavras possuem um poder imensurável, sendo capazes de trazer alegria ou tristeza. As pessoas que estão em evidencia possuem maior responsabilidade sobre o que dizem, pois suas palavras atingem muitas vidas. Dessa forma, os lideres religiosos devem sempre buscar a Palavra de Deus para instruir os demais. Os lideres do povo devem buscar conhecer a vontade do Senhor, ter intimidade com ele, conhecer seus sonhos e planos. Somente dessa forma, as palavras podem trazer vida.

Diferentemente de seus companheiros, Caleb e Josué, conheciam as promessas de Deus, e confrontaram seus amigos. “Josué, filho de Num, e Calebe filho de Jefoné, dos que espiaram a terra, rasgaram as suas vestes. E falaram a toda a congregação dos filhos de Israel, dizendo: A terra pela qual passamos a espiar é terra muito boa. Se o Senhor se agradar de nós, então nos porá nesta terra, e no-la dará; terra que mana leite e mel. Tão-somente não sejais rebeldes contra o Senhor, e não temais o povo dessa terra, porquanto são eles nosso pão; retirou-se deles o seu amparo, e o Senhor é conosco; não os temais” [Números 14:6-9]. Esses homens conheciam a Deus, andavam segundo os preceitos do Mestre. Sendo assim, estavam cheios de animo e fé, pois o Senhor caminhava com eles.

Infelizmente, o povo israelita não creu nas palavras de Caleb e Josué, e pereceram no deserto, não entrando na terra prometida. A palavra dita por alguns homens trouxe morte para muitos. Enquanto a palavra dita por Josué e Caleb trouxe vida para tantos outros. Eles entraram em Canaã, liderando o povo de Deus. Esses homens desfrutaram de algo muito melhor do que a terra que mana leite e mel, eles desfrutaram da companhia e intimidade de um Deus infinitamente poderoso e fiel.

Pense bem antes de pronunciar qualquer palavra, procure sempre a direção do Senhor, para suas palavras tragam vida.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

O pai que aprendeu a ser filho


É relativamente comum ler ou ouvir algo sobre a vida de Abraão, o pai da fé. Escutamos várias vezes renomados pregadores abordarem temas como: “Esse homem se fortalecia dando glória a Deus”, “O dízimo a Melquisedec”, “Aquele que esperou a promessa”, “Pai de multidões”, e muitas outras. De fato, Abraão foi um homem espetacular, íntegro, paciente, sábio e fiel. Ele caminhava e conversava com o Senhor. No entanto, ele era homem, e passou por diversas lutas e problemas.

Logo no inicio de sua história, Abrão é instruído por Deus, alguém que ele ainda não conhecia muito bem, a deixar sua terra, suas origens, seu lugar de estabilidade. Deus ainda promete a esse indivíduo uma posteridade abençoada e numerosa, algo de grande valor naquela época. Após um período conturbado no Egito, onde seu relacionamento conjugal sofreu um abalo[1]. Devido a sua prosperidade, Abrão possuía muitos rebanhos e bens. Esse fato desperta a inveja em algumas pessoas, gerando conflitos entre os servos de seu sobrinho Ló e os servos de Abrão. Para evitar mais desentendimentos, eles se separam. Cada um parte em uma direção.

As intempéries da vida estão atuando fortemente em Abrão. Desprovido de terras, longe de seus parentes, problemas familiares e sem herdeiros. Um cenário pouco animador. Temos ainda outros elementos cruciais nessa história, tais como: Guerra entre os quatro reis, para salvar Ló, Nascimento de Ismael, Problemas com Agar, serva egípcia e mãe de Ismael, Destruição de Sodoma e Gomorra, Estada em Negueb, onde mais uma vez se escondeu atrás de sua esposa. São muitas dificuldades e problemas que Abraão[2] enfrentou. Até que no capítulo 22 temos o ápice da história, a meu ver.

A promessa divina se cumpriu, e aos 100 anos nasce o filho da promessa, Isaac. Sobre esse garoto estavam depositadas todas as esperanças desse velho homem, o futuro, sonhos e anseios. Esse nascimento foi motivo de riso para todos, inclusive sua mãe Sarah[3].

A paz estava estabelecida em suas fronteiras, o rei Abimelec selou um acordo em Bersabeia, sua casa estava em ordem e com estabilidade. Abraão gozava de paz de tranquilidade.

Exatamente nesse momento de maior tranquilidade, Deus faz um pedido assustador. Deus não pede que Abraão sacrifique seu filho, Ele pede que Abraão entregue seu coração totalmente! Durante a caminhada até o monte Moriá, local do “sacrifício”, Abraão tem tempo para refletir e se lembrar de tudo que passou até esse momento. As inúmeras dificuldades, problemas familiares, entraves militares, e como Deus o ajudou em todos os momentos. Em cada situação o Senhor estava presente, fortalecendo esse homem. Contudo, Abraão ainda não havia entregado seu coração totalmente a Deus, alguns aspectos ainda pertenciam ao homem e não ao Senhor.

No monte Moriá Abraão entregou sua vida totalmente a Deus. Quando o anjo mostrou o carneiro, ele compreendeu a graça e a provisão do Senhor. Abraão entendeu que precisava ser primeiramente filho de Deus, para depois ser pai de muitas nações.



[1] Genesis 12, Abrão teme por sua vida, e usa sua esposa Sarai como “escudo”.
[2] Nesse momento da história, seu nome foi mudado de Abrão para Abraão.
[3] Sarah também teve seu nome alterado, de Sarai para Sarah.